quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Amar é ser feliz (Hermann Hesse)


Quanto mais envelhecia, quanto mais insípidas me pareciam as pequenas satisfações que a vida me dava, tanto mais claramente compreendia onde eu deveria procurar a fonte das alegrias da vida. Aprendi que ser amado não é nada, enquanto amar é tudo (...).

O dinheiro não era nada, o poder não era nada. Vi tanta gente que tinha dinheiro e poder, e mesmo assim era infeliz.

A beleza não era nada. Vi homens e mulheres belos, infelizes, apesar de sua beleza.

Também a saúde não contava tanto assim. Cada um tem a saúde que sente.

Havia doentes cheios de vontade de viver e havia sadios que definhavam angustiados pelo medo de sofrer.

A felicidade é amor, só isto.

Feliz é quem sabe amar. Feliz é quem pode amar muito.

Mas amar e desejar não é a mesma coisa.

O amor é o desejo que atingiu a sabedoria.

O amor não quer possuir.

O amor quer somente amar.

SÓ SE SABE AQUILO QUE JÁ SENTIU

Você já reparou o quanto as pessoas falam dos outros?
Falam de tudo. Da moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzices, chatices, mesmices, grandezas, feitos, espantos. Sobretudo falam do comportamento. E falam porque supõem saber. Mas não sabem. Porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente. Se sentissem não falariam.
Só pode falar da dor de perder um filho, um pai que já perdeu, ou a mãe já ferida por tal amputação de vida. Dou esse exemplo extremo porque ele ilustra melhor.
As pessoas falam da reação das outras e do comportamento delas quase sempre sem jamais terem sentido o que elas sentiram.
Mas sentir o que o outro sente não significa sentir por ele. Isso é masoquismo.
Significa perceber o que ele sente e ser suficientemente forte para ajudá-lo exatamente pela capacidade de não se contaminar com o que o machucou.
Se nos deixarmos contaminar (fecundar?) pelo sentimento que o outro está sentindo, como teremos forças para ajudá-lo?
Só quem já foi capaz de sentir os muitos sentimentos do mundo é capaz de saber algo sobre as outras pessoas e aceitá-las, com tolerância.
Sentir os muitos sentimentos do mundo não é ser uma caixa de sofrimentos. Isso é ser infeliz.
Sentir os muitos sentimentos do mundo é abrir-se a qualquer forma de sentimento.

É analisá-los interiormente, deixar todos os sentimentos de que somos dotados fluir sem barreiras, sem medos, os maus, os bons, os pérfidos, os sórdidos, os baixos, os elevados, os mais puros, os melhores, os santos.
Só quem deixou fluir sem barreiras, medos e defesas todos os próprios sentimentos,pode sabê-los, de senti-los no próximo.

Espere florescer a árvore do próprio sentimento.
Vivendo, aceitando as podas da realidade e se possível fecundando.
A verdade é que só sabemos o que já sentimos.
Podemos intuir, perceber, atinar; podemos até, conhecer. Mas saber jamais.
Só se sabe aquilo qu
e já sentiu.

ARTHUR DA TÁVOLA




Amar é respeitar o espaço de cada um...


Há dentro de todos nós essa necessidade de ter em algum lugar nosso jardim secreto, não onde vamos confinar nossos segredos, mas onde podemos ter um encontro real e exclusivo conosco.
Umas pessoas sentem mais essa necessidade que outras, mas estar consigo de vez em quando, interiorizar-se, colocar ordem nos pensamentos ou simplesmente abandonar-se, é vital ao equilíbrio de todos nós.
Em todo relacionamento onde o amor existe, esse espaço deve ser conservado como o limite de cada um. Os relacionamentos fusionais que ultrapassam essas barreiras acabam por destruir-se, pois amar é também respeitar que a outra pessoa tenha seu recanto, seus pensamentos e, por que não, seus próprios amigos, próprias idéias e sonhos.
As pessoas não precisam estar juntas cem por cento do tempo para provarem que se amam. Elas se amam por que se amam e pronto. Dar ao outro um pouco de espaço, um pouco de ar para respirar, é dar-lhe também a oportunidade de sentir falta de estar junto. E isso vale tanto para os amores como para as amizades.
As cobranças intermináveis, resultados de carências afetivas, acabam por sufocar a outra parte e cria na que pede, espera, implora, ansiedades que a tornarão infeliz, pois ela verá como desamor qualquer gesto que não corresponda ao que espera.
Amar é deixar o outro livre para ficar ou para se retirar. É respeitar seu silêncio e seu desejo de solidão. E é deixá-lo livre para ir e voltar quando o coração pedir, que isso seja numa cidade ou dentro de uma casa.
Nada impede que um grande e lindo jardim seja construído juntos e que de mãos dadas se passeie por ele, com o peito cheio de felicidade e a cabeça cheia de sonhos... mas ainda assim, o jardim secreto de cada um deve ser mantido como lugar único e que vai, no fim das contas, enriquecer as relações.


Leticia Thompson

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz 2009


CHEGAMOS A ESTAÇÃO 2009!
SE NÃO PUDER SER O MAQUINISTA,
SEJA ENTÃO O SEU MAIS DIVERTIDO PASSAGEIRO
SENTE NUM LUGAR PRÓXIMO À JANELA,
DESFRUTE CADA BELEZA QUE O TEMPO LHE
OFERECER, COM O PRAZER DE QUEM ESTÁ
REALIZANDO A PRIMEIRA VIAGEM


NÃO SE ASSUSTE COM OS ABISMOS, NEM COM AS
CURVAS QUE NÃO LHE DEIXAREM VER OS CAMINHOS
QUE ESTÃO POR VIR.
PROCURE CURTIR A VIAGEM DA VIDA,
OBSERVANDO CASA ARBUSTO, CADA RIACHO,
BEIRAIS DE ESTRADAS, E TONS MUTANTES DE
PAISAGEM
DESDOBRE O MAPA E PLANEJE ROTEIROS

PRESTE ATENÇÃO EM CADA NOVA PARADA,
E FIQUE ATENTO AO APITO EM CADA PARTIDA.
E QUANDO CHEGAR A UMA NOVA ESTAÇÃO E
DECIDIR DESCER, ONDE A ESPERANÇA LHE
ACENOU NÃO HESITE.
DESEMBARQUE NELA TODOS OS SEUS SONHOS

(Desconheço o autor)